O dia em que me afoguei
- Catarina M.
- 20 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de jul. de 2024
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia.
Os olhos que antes me desejavam
hoje nem me enxergam.
Sinto-me um fantasma,
tentando gritar seu nome em meio
ao desespero de não mais existir.
Os olhos que antes me viam
não me acompanham mais,
qual será a cor deles?
Quase que já me esqueci...
Sinto me afogar no meio de todo
o sentimento que transborda
ainda dentro de mim.
Não ouço tua voz,
não sinto tua respiração,
não estou perto o bastante para
te ter perto do meu peito.
Será que estou morrendo?
Ou já morri dentro de você?
Quanto mais o tempo passa,
mais sinto que estou afundando,
num mar profundo e sem salva-vidas.
Eu vou me afogar!
Não sei quando cheguei aqui,
só quero acreditar que você irá me salvar.
Mas como serei salva
se eu deixar de existir?
Os olhos que me viam,
o coração que me amava,
o desejo que exalava,
o sorriso incontido,
para onde foram?
E no silêncio desse alvorecer
eu chego a ouvir o batimento do meu peito,
cada batida é um pulsar de dor,
de angústia... de saudade.
Pela primeira vez sinto
que não tenho como respirar
e não sei se há luz no final desse túnel.
Será que vou conseguir emergir
do fundo desse mar?
Será que sobrará algo de nós
no final desta tempestade?
Ou o que nos sobrará
serão apenas as boas e velhas lembranças
que insisto em reviver quando sinto sua falta,
mesmo estando do seu lado.
Não acho que vou me afogar,
eu sinto que já me afoguei.
Agora só resta saber
como irei sair daqui...
da imensidão da tua falta.
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