Sumário
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- Tecer poesia
Essa poesia poderia ter 100 linhas. Poderia ter 10 linhas. Poderia ter 1 linha. Ou até nenhuma linha... e ainda assim seria a costura da mais pura poesia.
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Por que escrevo sobre o amor ? Porque minha alma clama por ele.
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É tão injusto você deixar a porta entreaberta... Dando espaço para outra pessoa entrar e ocupar cada vazio que, pouco a pouco, você tem deixado no meu peito.
- Pertencer
Eu já amei e não fui amada; já me apaixonei por quem nunca correspondeu. A verdade é que, se não te amam de volta, essas pessoas não são as certas para você. Só haverá reciprocidade daqueles que te pertencem. Mesmo assim, pode ser que não vingue. E está tudo bem... a gente aprende, sempre aprende. São dos calos novos que entendemos qual sapato nos cabe. Ame a quem te pertence e se permita pertencer a alguém também.
- O meu lugar
Sabe o que é mais louco na amizade? Que assim como ser mãe, a gente aprende a ser amigo. A gente aprende que amizade não é 100% de presença e que a ausência fortalece o nosso elo mais profundo. Sou dessas amigas ausentes… Não que eu queria ser ausente, mas é que a vida te engole de tal forma que quando se dá conta já se passaram dias. Antes eu me culpava certamente, mas hoje eu entendo meu propósito no mundo. Eu te amo, mas minha amizade é como um porto seguro. É um lugar de calmaria… um lugar para você se sentir seguro. E não precisamos de calmaria o tempo todo, mas sempre precisaremos de alguém que seja calmaria para gente. Nossa amizade é perene e independente de onde você esteja eu estarei aqui por você.
- Alguns segundos
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. E lá está ela, parada em frente à porta, deixando seus pensamentos percorrerem os segundos que ainda lhe restam. Cenas surgem em sua mente: seu pai dançando na sala com fones de ouvido, sua mãe patinando com ela pelo quintal, seu irmão a defendendo de um garoto chato, outro irmão brincando com ela em seu quarto rosa, longos almoços com a família que não fala baixo, os Natais inesquecíveis, o primeiro olhar amoroso através de uma janelinha, o milkshake depois do cinema - que não pôde entrar -, o primeiro beijo apaixonado, os longos dias que antecederam o agora. Ela respira fundo, enchendo os pulmões de ar em uma longa inspiração. Sabe que está diante de... Sem demora, uma mão entrelaça seus dedos. Abre os olhos e encontra um olhar de ternura e afeto. As duas sorriem uma para a outra. Ela chora ao ver sua mãe chorando ao seu lado. A emoção abraça o momento e grava-se em sua memória. Fecha os olhos novamente, na esperança de conter as lágrimas inquietas. Chegou a hora... os segundos passaram mais rápido do que deveriam, a porta agora se abre. Seu coração quase salta de euforia. Ela - enfim - abre os olhos procurando por alguém. E lá está ele ao longe, à sua espera no altar. É tão estranho; idealizei cada detalhe do meu casamento, mas nunca imaginei como seria o momento de esperar em frente à porta fechada. É incrível como tantas cenas passam pela nossa mente e como as emoções se misturam: saudade, nostalgia, euforia, paixão, medo e, por fim, gratidão. É indelével.
- O tempo
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. É engraçado como o tempo é relativo. Quantos anos eu tenho? Quantas vidas já foram vividas por mim? Se eu for refletir sobre o tempo e seu sobressalto em nossa vida eu tão somente seria… Nada. Se o tempo é isso tudo que ele diz ser, por que que o meu tempo é diferente do seu agora? Se o tempo é uma contagem singular de algum evento natural por que somos tão aprisionados à ele? Eu poderia criar a minha própria unidade de tempo, Então nós teríamos vividos mais de 100 anos juntos, seria bonito ou loucura? Para mim o tempo é subjetivo, é relativo as nossas percepções. É incontável as vezes que ele se esvai por entre os nossos dedos. Mas existe um lugar… um lugar onde ele não pode nos tocar, onde eu encontro o meu segundo lar, onde a vida não descobre o seu ponto final. Onde eu realmente posso te encontrar… Nos sonhos. Os sonhos são intocados pelo tempo, pode se viver eternamente ou brevemente. Mesmo assim, os sonhos são intocados pelo tempo. São genuinamente únicos, imensos e profundos. São reais? A falta que eu sinto de você é. E sabendo que hoje você mora nas estrelas, eu te encontrei nelas... e nos sonhos... e nos beijinhos de coco que eu farei. Lembro com nostalgia os dias que minha mãe fazia beijinho de coco e este era o doce preferido do meu querido pai. Tanto que ele nem esperava esfriar e já corria pegar a travessa ainda quente para colocar no congelador, na ansiedade de logo comer. Era um momento tão pequeno na imensidão do nossos dias, mas ele ficou marcado na minha memória. E hoje, todas as vezes que faço o mesmo doce, lembro com sorriso e dorzinha no coração desses momentos e dele.
- O dia em que me afoguei
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Os olhos que antes me desejavam hoje nem me enxergam. Sinto-me um fantasma, tentando gritar seu nome em meio ao desespero de não mais existir. Os olhos que antes me viam não me acompanham mais, qual será a cor deles? Quase que já me esqueci... Sinto me afogar no meio de todo o sentimento que transborda ainda dentro de mim. Não ouço tua voz, não sinto tua respiração, não estou perto o bastante para te ter perto do meu peito. Será que estou morrendo? Ou já morri dentro de você? Quanto mais o tempo passa, mais sinto que estou afundando, num mar profundo e sem salva-vidas. Eu vou me afogar! Não sei quando cheguei aqui, só quero acreditar que você irá me salvar. Mas como serei salva se eu deixar de existir? Os olhos que me viam, o coração que me amava, o desejo que exalava, o sorriso incontido, para onde foram? E no silêncio desse alvorecer eu chego a ouvir o batimento do meu peito, cada batida é um pulsar de dor, de angústia... de saudade. Pela primeira vez sinto que não tenho como respirar e não sei se há luz no final desse túnel. Será que vou conseguir emergir do fundo desse mar? Será que sobrará algo de nós no final desta tempestade? Ou o que nos sobrará serão apenas as boas e velhas lembranças que insisto em reviver quando sinto sua falta, mesmo estando do seu lado. Não acho que vou me afogar, eu sinto que já me afoguei. Agora só resta saber como irei sair daqui... da imensidão da tua falta.
- Sobre a "Espera"
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Me sinto suspensa no ar, como se não houvesse gravidade aqui. Estou a mercê do destino arquitetar alguma provável colisão na esperança de me despir dessa solidão. Sinto que nada está ao meu controle, estou inevitavelmente no vácuo onde as coisas ao meu redor tem o poder de me controlar e da inércia me tirar. Ainda tenho oxigênio para me manter em alerta, mas não tenho certeza se haverá oxigênio noutro dia que virá. Cada novo despertar é um dia a se contemplar, pois cada momento pode ser o último... O último olhar, o último carinho, o último despertar, o último que tenho contigo. Sinto que algo está prestes à me atingir feito uma rocha mas não tenho certeza de quando. Está dificil de calcular essa rota... Hora me pego otimista, hora me pego catastrófica, hora só não queria estar aqui, hora bastasse acordar desse pesadelo. Mas estou aqui na escuridão, no silêncio que carrego no peito, no exato momento do "nada", esperando pelo "tudo" acontecer. E com a plena certeza de que eu sempre te amarei.
- Brevidade
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Enquanto a morte contabiliza a vida debitando nossos dias passados, me pego questionando se os meus tem sido aproveitados. Enquanto a morte tem nos esperado incansavelmente o que nós fizemos com o nosso presente? Tem valido a pena cada ‘fucking ’minuto? Tem passado tempo com aqueles que ama de verdade? Tem chorado quando seu coração grita? Tem dedicado tempo aos amigos, à família, à você? Tem amado a si mesmo como ama o outro? Tem encarado os dias difíceis mas aproveitado os reconfortantes? Tem agradecido o que possui de mais valioso... a vida? Enquanto desgastamos nosso tempo com aquilo que não tem vida, sentimento ou humanidade. Em algum lugar o café esfria... o silêncio ocupa o vazio da cadeira que antes lhe pertencia... na memória viramos uma breve (e linda) história para contar. Seremos uma lembrança... uma saudade na vida de alguém que sente profundamente nossa ausência. Não é sobre negar o futuro é sobre encontrar no presente a centelha da vida é sobre encontrar no pouco o muito que nos importa é sobre não se arrepender do que deixou de fazer Pois a morte? Segue contabilizando nossos dias. "... o silêncio que ocupa o vazio da cadeira que antes lhe pertencia" fala sobre o espaço invisível que a ausencia de uma pessoa que amamos ocupa na nossa casa e na nossa vida. É quando olhamos para as coisas que nos trazem lembranças e em alguns desses momento rimos com isso, ou choramos com isso. A cadeira na ponta da mesa, o cantinho do meio de um sofá, um vinil e um fone... uma canção ou um coelho de pelúcia para abraçar.
- Sedimentar
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Eu achei que tinha asas até que essas renunciaram a mim. Então, percebi que as tuas falas eram rasas, e me fizeram prisioneira de ti. Como nunca percebi? Como pude deixar a escassez preencher a parte mais importante de mim? Do pouco que me cabia, tudo que me pertencia era... Incontáveis faltas, poucas sobras e as migalhas que colhi. E as asas? essas pertenciam á ti. Confesso que o meu corpo suportará a dor da falta. Agora, confio ao meu peito, os pedaços do meu coração. Sinto meus sentimentos se esvaírem, como areia sedimentando em minhas mãos. Então, aos poucos, os vejo sumirem, igual ao findar de uma triste canção. Em meio aos meus fragmentos encontro um centelha de esperança ecoando em meus pensamentos: "Eu ainda moro em mim." Tão logo chegará um amanhã e poderei sentir a liberdade dentro de mim. E assistir ao resplandecer de um novo começo e não de um absoluto fim. Por vezes não entendemos que a cada fim nascerá novos começos. E assim como na vida, no amor seguimos a mesma premissa. A cada fim de um amor, dois nascem dele... e chegará o dia em que não haverá mais dor para suportar.
- Manhãs de domingo
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Ouço ao longe uma vozinha reverberar, ainda não despertei por completa mas já posso sentir os batimentos do meu coração. Ainda na meia-luz e sem abrir meus olhos por completo, tateio a cama em busca de um corpo quente e afeto, mas antes que eu a encontre, ele me puxa para perto e me abraça. E em sua profundidade eu mergulho, um lastro de paz envolve todo o quarto. Ouço novamente ao longe, os movimentos sutis se aproximarem, e assim a porta se abre e este ser de amor adentra na nossa pequena imensidão, passos cuidadosos param ao meu lado. "Bom dia mamãe" Sua vozinha se faz sair tão miúda, que quase não escuto, mas eu sei - como toda mãe sabe - o que ele quis me dizer. Sem demora, apenas abro um espaço em nosso ninho e o abraço por uns minutos, e acima de nós nos envolve mais um abraço, por mais alguns minutos. Estamos seguros, estamos juntos, estamos em paz. Brincadeiras percorrem abaixo das mantas - uma ou duas mantas a depender do frio - e aos poucos as singelas risadas aparecem e tomam conta da gente, as conversas se fazem presente e já sabemos - Logo iremos levantar. Somos três contra a mundo e estamos indo muito bem. Os "Bom dia" foram ditos, brincadeiras feitas e sorrisos incontidos... Hora de levantar. E aquela pequena imensidão de felicidade atravessa a porta do quarto, iluminando toda a casa e fazendo dela o nosso lar perfeito. A Janis dispara pelo longo corredor, numa alegria que transborda pelo seu miúdo corpinho de quatro de patas. Enquanto ele se apronta para ir á padaria, deixando também a cama organizada, eu abro as janelas da casa, organizo a baguncinha de ontem, coloco a música de domingo, cuido do nosso pequeno e da Janis. Esperamos ele chegar com o nosso café da manhã, mas antes abro as portas da área externa e sinto um prazer imenso, do sol ainda ameno entrar trazendo consigo o frescor delicado daquela manhã. Organizamos, o pequeno e eu, a mesa com tudo que há de necessário para um café da manhã sem pressa. Por vezes eu o escuto dizer: "Amo café da manhã aqui fora" Isso faz meu coração se encher de alegria e não encontro palavras para conseguir agradecer a vida por esses singelos momentos. Então, meu amor chega com tudo aquilo que gostamos e nos dizendo que lembrou da gente quando comprou isso ou aquilo. Ele ainda ferve a água, apronta o café a ser coado e prepara o que tanto gosta, seu café fresquinho com cheiro de boas lembranças. - acho que deve transportá-lo para a infância - sentamos sem demora em torno da mesa. Aquela luz leve preenche todos os cantos, comemos juntos, bebemos juntos, rimos juntos, nos olhamos com amor, sentimos a gratidão no ar. Deus está aqui. O amor está aqui. A felicidade está aqui. Nós estamos aqui. E assim começamos nosso domingo, enfim.
- Uma carta para ele
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Ele não sabe o quanto me fez mudar por dentro Dos medos que antes eu tinha e que hoje não há mais. Ele não sabe que quando sorri, meu coração se enche de alegria. E que quando está triste, eu fico sem chão... e que nem sempre posso intervir por que ele precisa aprender a se reerguer. É dificil, mas amar é assim. Ele não sabe que ser firme com ele ás vezes dói muito em mim. Porém eu nunca soltarei sua mão... por que sei como dói aprender sozinho. Ele não sabe que tenho muito mais dúvidas do que certezas, mas que como mãe eu preciso tomar decisões difíceis de vez enquando. Ele não sabe que tento me superar para que ele tenha os melhores exemplos. E que nem sempre tive exemplos de pais perfeitos, mas que tento aprender a ser para ele. Ele não sabe que quando dançamos juntos, este momento é gravado na minha alma, e que assim como para mim, amaria que ele tivesse essa mesma lembrança quando adulto. Ele não sabe que eu cozinho para ver ele feliz e que se sinta acariciado em cada mordida deliciosa. Que me refaço com sua presença nesse pequeno momento, ajudando e cantando, enquanto juntos, cozinhamos. Ele não sabe o quanto amo ler com ele, aquele momento antes de domir onde ficamos juntinhos na cama lendo, rindo e conversando... é impagável para mim. Ele não sabe que sua presença enche minha vida de luz, e que ele me fez ser mais forte do que um dia imaginei. E que quando estou em pedaços seu abraço me cura de infinitas formas. Ele não sabe... mas amo ele de tantas maneiras que eu nunca amarei mais alguém assim na vida. Te amo meu pequeno polenta, meu amor, meu filho... minha linda história. De todas as cartas que já escrevi, esta espero que um dia seja lida por quem foi protagonista da história. Espero que encha seu coração com o amor genuíno de cada palavra dita. E que seja um pedacinho de mim deixado com carinho á ele e ao mundo dele.
- Olhar para dentro de mim
Ouça esta canção e viva a mesma sensação que eu tive enquanto escrevia. Já me disseram que eu sinto demais. Que tudo é na flor da pele, seja bom ou ruim. De fato, eu sinto muito... Sinto cada intensidade que meu corpo e alma fazem transbordar. Às vezes isso é lindo. Às vezes isso é perturbador. Não que eu busque por isso, mas minha alma sente cada milésimo de sentimento que eu guardo dentro de mim. Pode parecer que estou atuando, fingindo o que sinto ou aumentando as proporções do caos. Mas isso não é algo que eu controle. Sendo honesta... Eu queria - em alguns momentos - não sentir tanto. Queria não dar asas as intensidades. É uma sina que não me ensina Eu não aprendo a ser amena. Aliás, amenidades me causam desconforto. Como sou intensa, espero encontrar intensidade. Consegues enxergar onde eu me encontro? Estou sempre entre os altos e baixos que a vida proporciona, é uma longa jornada indo e vindo de uma extremidade a outra, de um ponto ao contraponto. Mas sabes? Ao final do dia eu amo ser intensa. Eu consigo tocar o céu mais vezes que outras pessoas. Eu mergulho de corpo e alma naquilo que acredito. Eu encontro espaço dentro do meu vazio. Eu vejo poesia o tempo todo na pequenez do ordinário. Por ser intensa, eu escrevo... o que desponta das pontas dos meus dedos são os sentimentos que guardo no peito. Poetizo para me lavar, poetizo para me encher de sentimento ao me esvaziar. Poetizo para poder poetizar. Não é fácil ser passional, e não me leve a mal, quem não o é nunca entenderá a complexidade e as camadas que essa personalidade carrega. Mas eu quis mostrar um pouco do quão bom é ser alguém assim; vemos belezas ocultas que eu desejo que um dia você também veja, sinta e viva. É lindo.
- Manhã
Com sorte mais um café será servido. Ao olhar para fora da janela sinto o ar fresco que a manhã anuncia com orgulho. Eu ouço a voz afável do vento soprar por entre as folhas das árvores. A sombra leve das plantas se projetando no solo, desenha e delínea os rastros do meu consolo. É um silêncio límpido que preenche todo o espaço, aos poucos, lá longe, ele vem surgindo.... Tão imenso quanto seu tamanho é a luz que reverbera no céu, o que antes era anil agora é matizado por tons laranjas. Esse é o momento mais esperado das minhas manhãs. É nele que elevo meus pensamentos, é nele que sinto todo o amor transbordar, é nele que encontro subterfúgio para continuar. Dia após o outro sinto minha luz intumescer sem cessar. Um café após o outro, uma gratidão após a outra, uma manhã após a outra, me dão a certeza de que o amor será servido no fim de mais um dia.
- O lado oculto da dor
Parece um pouco estranho dizer que existe um lado bom em sentir dor. A dor que falo é aquela que te sufoca o peito, ao passo que o coração bate forte é agoiante. Aquela dor que transborda pela face, que não nos deixa dormir, comer ou sorrir. Talvez seja uma mistura minuciosa de decepção, solidão e desespero. Dói, dói sem dó. Nos vemos frágeis e muitas vezes sentimos que não vamos mais suportar, que não dá mais para viver assim. Tecemos meios para que tudo se acabe, talvez bastasse não acordar no outro dia. Seria tão simples quanto beber água pela manhã, quando acordamos com uma sede insaciável. Simples, agradável e indolor. Eu sei o que você sentiu, por que eu também já senti. Não julgo quem se sente assim. Eu só ouço, apoio quando precisam e observo. Observo por que uma borboleta não cria asas de um dia para o outro, ela fica em seu casulo sozinha - Quem sabe até ela não tenha medo? - mas não há nada mais lindo do que o seu renascimento. Essas pessoas que passam pelas dores aprendem a ser fortes. Elas aprendem o seu valor, elas aprendem o que realmente é importante em sua vida, e se transformam. E é lindo ver essa transformação vindo de dentro para fora. É um orgulho que não cabe no peito e nem deveria. Eles são verdadeiros heróis de si mesmos, eles são a força mais poderosa da natureza... São resilientes. Para elas só podemos fazer uma única coisa, ama-los e apoia-los. Por que as dores não somem por completo, elas só perdem o poder de faze-los doer.
- Primeiro olhar
E quando pousei meus olhos nos seus senti tudo aquilo que um dia prometeram para mim. Um pouco de paz, um pulsar acelerado do coração as bochechas coradas de carmim as vozes as redor se esvaindo enfim... por um instante não senti meus pés sob o chão É real? Sim! Estou acima do arco-íris, e sinto que posso tocar o Sol com minhas próprias mãos. É como se tudo finalmente fizesse sentido, como se os pensamentos embaralhados e desconexos aguardassem ansiosos por esse momento. Será o destino? É como se o tempo se tornasse frágil a ponto de parar. É como folhear um livro novo, sentir o cheiro de jasmim ao anoitecer, sentir a brisa leve do outono Será que você sente o mesmo? Honestamente não me importa agora. Por que aqui é tão bonito... e enquanto puder vou ficar. Ficar onde os meus olhos pousam nos seus.